3º Festival Art Déco de Curtas e Docs 2011 – São Paulo, Brasil

Maio 10, 11, 12 - Exibição
Maio 14 - Premiação

Sumário Executivo: Veículo para difusão e premiação da produção audiovisual de ficção e documental no formato de curta metragem. Exibir trabalhos de cineastas nacionais pouco divulgados. Promover encontros, debates, intercâmbio entre produtores, atores e espectadores, criando um ambiente propício ao entrosamento comercial.
Inscrições no site da Exotique Filmes:
http://www.exotiquefilmes.com.br/page_24.html

Regulamento:
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1- O Festival aceita a inscrição de curtas ficção ou documentário. Os filmes deverão ser classificados em uma das categorias criadas pelo Festival ArtDeco de Curtas & Docs 2011, durante a inscrição. Veja lista abaixo.

2-Nenhum filme será discriminado ou favorecido em função dos recursos investidos na sua produção. Todos os tipos de conteúdo e técnicas utilizadas na produção serão preservadas e estarão livres de censura.
3-Os filmes deverão ser enviados na língua original. No caso do idioma original não for o português ou o inglês, legendas em inglês deverão constar no filme.
4-Os filmes poderão ser enviados por correio (cópia DVD) ou poderá ser feito um uploaded no site Vimeo (*veja instruções abaixo). Despesas de envio do correio correrão por conta dos remetentes. O endereço para remessa por correio é: E x o t i q u e F i l m e s
Ref. Festival ArtDeco de Curtas & Docs 2011
Rua da Consolação, 2825/141
01416-001 – São Paulo – SP - BRAZIL

5-No caso de não conseguirmos fazer o download do filme a partir do Vimeo, será solicitado o envio de uma cópia em DVD para o nosso escritório.

6-A premiação se dará de acordo com as especificações de cada categoria. (Veja detalhes abaixo).
7-Os troféus serão entregues durante a cerimônia de encerramento. No caso de ausência de um representante do filme premiado, o troféu não será mais entregue e no lugar será enviado, posteriormente, um certificado do prêmio por email.
8-O prazo para inscrição de filmes no festival é 11 de Abril de 2011.
9-Não há taxa de inscrição e cada diretor ou produtor pode inscrever quantos filmes desejar.

10-As cópias em DVD dos trabalhos exibidos farão parte do acervo do Cineclube Art Déco de Curtas. 11-A participação no Festival ArtDeco de Curtas & Docs implica na aceitação de todas as sua regras.

Categorias:
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1) Mostra Expressão & Diversidade no Cinema
Destinado a produções de baixíssimo orçamento; produções independentes, sem benefício de leis de incentivo ou editais públicos; filmes experimentais. Até 05 filmes com duração máxima de 25 minutos. Qualquer formato de captação. Não há taxa de inscrição. Só haverá pré-seleção de concorrentes se inscrições ultrapassarem ao número 05. Concorrem nas categorias Melhor Filme M.E.D.C, Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Fotografia.

2) Mostra Art Deco Digital
Destinado a produções beneficiadas por alguma lei de incentivo ou edital público e captadas em Digital. Até 05 filmes com duração máxima de 25 minutos. Não há taxa de inscrição. Só haverá pré-seleção de concorrentes se inscrições ultrapassarem ao número 05. Concorrem nas categorias Melhor Filme Digital, Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora, Melhor Direção de Arte.

3) Mostra Art Deco Película
Destinado a produções beneficiadas por alguma lei de incentivo ou edital público e captadas em Película. Até 05 filmes com duração máxima de 25 minutos. Não há taxa de inscrição. Só haverá pré-seleção de concorrentes se inscrições ultrapassarem ao número 05. Concorrem nas categorias Melhor Filme Película, Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora, Melhor Direção de Arte.

4) Documentário
Até 05 documentários com duração máxima de 30 minutos. Qualquer formato de captação. Não há taxa de inscrição. Só haverá pré-seleção de concorrentes se inscrições ultrapassarem ao número 05. Concorrem na categoria Melhor Filme Documentário.
Todas as categorias acima (exceto Documentário) concorrem ao Voto Popular de Melhor Filme, Melhor Ator e Melhor Atriz.


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Oficina Cultural Inter-linguagens
(Música, Foto, Cena, História)
INSCREVA-SE Até 06/02
INÍCIO EM  07/02/11

SEGUNDAS E QUARTAS
19h às 21h30

OFICINA CULTURAL ALFREDO VOLPI
R. Victorio Santim, 206 – Itaquera
Próximo CPTM Dom Bosco


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Aquele era só mais um ônibus. Mais um lotado como tantos na cidade de São Paulo em “horário de pico”, só que conduzia um passageiro ansioso - um pouco diferente dos demais cansados, exaustos pelas longas horas de trabalho. Desceu do ônibus no ponto indicado pelo amigo, que já o esperava numa lanchonete, iam para a biblioteca Monteiro Lobato, localizada no Centro de São Paulo. Foi com um olhar curioso que Michel chegou pela primeira vez ao sarau rap. Movimento cultural criado há dois anos pelo poeta, escritor e agitador cultural Sérgio Vaz.

Michel se considera um aficionado pelo movimento Hip-Hop, seus ídolos são o A286, Realidade Cruel, e claro os veteranos Racionais M’cs e Facção Central. O que Michel não imaginava era que a literatura tivesse uma relação tão direta com o Hip-Hop - ao ponto de existir um sarau ligado ao movimento. O auxiliar de escritório não esperava ver o rapper Crônica Mendes do grupo A família, recitando uma de suas letras preferidas, Castelo de madeira, “Ouço o “mano” de manhã quando vou trabalhar, e vê-lo agora é louco! Pro cara estar aqui, é porque realmente representa o movimento.” Comenta impressionado.

O sarau rap está desmistificando estereótipos sobre o movimento Hip-Hop, que sempre foi marginalizado. Na cena contemporânea o rap se mostra e se firma como cultura, que faz a rima, a prosa e a poesia, “Isso é rap, só que recitado vira poesia, ou melhor, sempre foi eu que não sabia.”Concluí Michel.

Dentro do movimento Hip-Hop muitas artes estão se expandindo, e o sarau rap mostra essas vertentes. O graffiti, por exemplo, no fundo do palco traz identidade ao lugar. Aliás, palco acolhedor e diversificado que por vezes recebe o beatbox (sons ritmados, feitos com a boca), e o Freestyle (arte do improviso e da rima). A diversidade não está somente no palco - mas também na platéia. Como quando trouxeram garotos da fundação casa, que mesmo se identificando com os poemas, na sua maioria estavam participando de um sarau pela primeira vez.

O sarau rap também recebe a presença feminina. Moças e mulheres que recitam poemas com temas fortes, porém reais sobre o machismo e a violência contra a mulher, como a funcionária pública Lígia Harder, participante de vários movimentos culturais periféricos, conhecida pela voz marcante e as palavras impactantes.

Além disso, um dos quesitos que faz com que o sarau rap se consolide cada vez mais no movimento Hip-Hop é o espaço cedido àqueles que estão começando. Como o Jairo Periafricania, e os grupos de rap Versão Popular e o QI Alforria, que já se apresentaram no projeto. Assim como o sarau rap, o movimento Hip-Hop abre portas, como foi o caso de Paula Farias de 22 anos, que há dois é repórter do Portal Rap Nacional, fundado pelo rapper Mandrake. Para ela trabalhar com o Hip-Hop é gratificante - pois além de fazer o que gosta, pode mostrar por meio do seu trabalho que a favela não é só violência, tem o seu lado positivo que tem que ser divulgado.

A estudante de jornalismo freqüenta outros saraus, como o sarau do binho e a cooperifa, e afirma que o sarau rap é diferenciado e tem características bem particulares, “Ele tem uma tendência a ser mais crítico e com poesias mais fortes, pois a essência do rap é o protesto.” Ressalta a estudante.

Enfatiza também a importância do lugar, segundo ela o encontro ser realizado dentro de uma biblioteca faz diferença, o rap agora está no meio dos livros, “Estamos burlando as normas do sistema, estamos consumindo e fazendo arte.” Afirma Paula.

Um projeto como este é fruto de coragem, trabalho e perseverança de pessoas que gostam de falar e escrever sobre mudanças sociais, mas principalmente descruzar os braços e fazê-las acontecer. Como é o caso do poeta Sérgio Vaz que há dez anos criou o sarau da cooperifa, já lançou mais de cinco livros e recentemente foi premiado pela revista Trip, com o Transformadores 2010.



Viva Favela - Como surgiu a idéia de fazer um sarau ligado diretamente ao movimento Hip-Hop?

Sérgio Vaz - Devido a minha aproximação com o movimento. Na verdade, comecei a recitar poesias em shows de rap, lá pelos anos 90.


VF - Quem foram seus parceiros nesse projeto?



SV - É uma idéia minha e do Eleilson da Ação Educativa.



VF - Como foi a aceitação do público que curte rap, a respeito do sarau?



SV - Foi bacana porque o rapper é poeta. E ouvir a poesia sem a batida do som, foi uma descoberta muito interessante pra todos nós.



VF - Quais foram às visitas memoráveis que o sarau sar recebeu?



SV - Sem querer ser clichê, mas todas as noites são memoráveis. A poesia tem essa magia de colocar todo mundo no mesmo patamar.



VF - No movimento Hip-Hop existem várias vertentes culturais, como o graffiti, o beatbox e a dança de rua. Como a literatura se encaixou nesse movimento?



SV - O Hip-Hop acabou acendendo de certa forma, a literatura na periferia. Pois nas letras sempre houve menção de líderes e momentos históricos, que muitos jovens tiveram que recorrer aos livros para conhecerem.

VF - Qual o seu principal propósito?



SV – Meu propósito principal será difundir a literatura, sempre.




Texto Angelina Miranda



Fotos Nina Fidelis


Matéria publicada no site http://www.vivafavela.com.br


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Maria ria, de tão má a vida

era que mais ria.

Ria, o porquê da sangria

da falta de água na pia.



O choro engolia

e nada se comia

o filho partia, partia Maria.



O deserto se via

o bicho grunhia, e logo morria

Maria só pedia, pedia, pedia

nem Deus, nem homem atendia.



O destino a aturdia

logo se via

ali a vida sucumbiria.



Nada adiantaria

acabaria com a agonia

para longe caminharia

marcando os pés magros na rocha fria.



Com cansaço ela subia

sua vida entregaria

sincera, Maria ria.





Angelina Miranda


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